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Imagine que você tem todas as respostas para o mundo

  • Rodrigo Marchesin
  • 21 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Quantas vezes você já se deparou com a dificuldade de construir uma ideia?

A sensação é que a inspiração resulta de um sopro interior, que nasce de um insight – uma música, uma frase, uma imagem, uma lembrança – quaisquer eventos que desencadeiam múltiplas oportunidades de criação. Tratamos o ato de “idealizar algo” como um fenômeno puramente artístico – privilégio daquelas almas desprendidas dos interesses mundanos, envolvidas por uma espiral de pensamentos e expressões abstratas.


Talvez, para alguns, criar seja mesmo algo ecumênico, uma realização transcendental, quase um ato de loucura. Entretanto, a criatividade não é componente específico das personalidades artísticas, mas um resultado aleatório de múltiplas percepções não estruturadas. Parece complicado, no entanto, é uma forma mais científica de dizer que, criar é resultado da faculdade humana de imaginar algo ou alguma coisa. Esta aptidão de encontrar respostas foi uma característica essencial para a evolução do Homo sapiens, abrindo um leque de possibilidades para a superação das adversidades daquele mundo primitivo.

Visto dessa forma, é verdadeiro afirmar, portanto, que construir ideias é um ato corriqueiro da práxis humana. E produzir estas respostas é parte da engrenagem, que envolve a solução de problemas. Se trazermos aquela realidade ancestral para os tempos atuais, iremos perceber que na “selva” das cidades, o ser humano ainda se depara com dificuldades que o impedem de realizar algo melhor do que antes; ou pior, limitações que alimentam o desequilíbrio social e a competição predatória pela sobrevivência. Este cenário pode ser observado tanto em um contexto de debates político-ideológicos, nas disputas mercadológicas do âmbito empresarial ou na construção dos relacionamentos dentro das organizações.

Particularmente, o que nos interessa reside nas dimensões relacionadas ao ecossistema organizacional. Na prática, referimo-nos às necessidades, que surgem decorrentes das relações construídas dentro e fora deste espaço. Quais as respostas a oferecer para os clientes internos e externos; quais as melhores soluções para atender às perspectivas destes agentes; quais as ideias que realmente irão produzir inovação?

John Kao, um especialista estadunidense em criatividade, prega em sua obra, Jamming (1996), que “a brilhante inspiração do fim de semana deve sobreviver ao exame minucioso da avaliação dos dias úteis”. Em outras palavras, o que Kao quer dizer refere-se à nossa capacidade de gerar insights e canalizar ideias, porém baseados em um fluxo produtivo e disciplinado.

O trabalho criativo começa a partir da percepção do que deve ser resolvido, portanto, é fundamental construir esta visualização, definindo os aspectos que delimitam o problema. Em seguida, temos de realizar a limpeza mental, abrir uma “folha de papel em branco”, onde haja espaço para preenchermos com novos pensamentos. Alimente a sua imaginação, dê asas para um vôo cego, além daquilo que está nos domínios do seu conhecimento. Queira, de maneira sincera, encontrar respostas – como Kao diz, a escolha da linguagem certa pode ativar possibilidades.

É fato, que a construção de condições ideais para a prospecção de ideias não está restrita ao seu eu-interior, mas envolve também todo o seu entorno. Esteja atento ao mundo e suas adjacências: saia da zona de conforto; mude seu espaço de trabalho; faça caminhos diferentes quando sair de casa; converse com estranhos – já experimentou bater um papo na fila do supermercado?; procure ouvir perspectivas totalmente distintas sobre um mesmo assunto; aprenda algo novo todos os dias.

E, por fim, acredite que a solução está no final das suas buscas. A conquista de alguma coisa não é fruto apenas de um trabalho bem feito, planejado e executado: uma vitória começa na percepção de que realmente ela existe. E não se esqueça, muitas vezes o produto de nossa criatividade é deveras intangível, portanto exponha suas ideias e permita o diálogo: essa atitude pode tornar uma abstração em algo, de fato, realizável.

 
 
 

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